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Para sempre

Jesus ensinou-nos a oração do Pai Nosso; dentre inumeráveis belezas ali dispostas, destacamos a expressão “Livrai-nos do mal”.

Ao longo do estudo do Evangelho, vamos aprendendo que esta vida presente é parte de uma longa escalada, iniciada há milênios passados e tem pela frente a infinita escada da evolução. Cada um observa a paisagem planetária segundo o degrau em que se encontra. Para uns, o mal ainda é fonte de garantia de vida e plenamente justificável dadas as agruras sofridas; já para outros, é inadmissível e deve ser punido com igual rigor que foi cometido. Existem aqueles que não admitem qualquer reação, aceitando o sofrimento como desígnio de Deus e os que relutam contra o mal, suplicando em prece diária que deste esteja sempre livre. Por fim, descobrimos aqueles de excelsa beleza que rogam contra o mal que possam cometer contra o próximo.

“Embainhe tua espada”, disse Jesus (João, 18:11). A espada que, naqueles tempos e em outros, tantos feriu de morte, hoje em nosso meio é apenas um símbolo de referência aos sabres que ainda trazemos em nossas atitudes, com os quais agredimos alguém. Ferimos com a lâmina do orgulho, do interesse vil, da esperteza calculada, no assalto à inocência, no abuso de poder e tantas vilezas quanto pode produzir a inteligência desorientada.

Embainhar a espada é cultivar de início o equilíbrio para a não agressão, prosseguindo na lapidação das arestas pessoais promotoras da maldade, da incompreensão, do desrespeito e até mesmo da calúnia.

Nesse esforço silencioso, que somente alguns poucos percebem, não haverá homenagens nem louros da vitória social. Brotará um novo ser humano, em nada materialmente poderoso, mas firme no caráter, repleto de dignidade, cheio de esforços, esbanjando felicidade, seguro de si; pois, a cada despertar de um novo dia, traz consigo a certeza da justiça do Pai, que a nós concedeu a vida.

Aprendamos a ser firmes, para sermos mais livres no desempenho do cumprimento da tarefa de unir a todos de boa vontade, sempre com o pensamento voltado para o Cristo, que mesmo no caminho da Cruz, rogou ao Pai que nos perdoasse.

Evidente que não perdoamos com a mesma intensidade, mas trazemos indícios de pacificar o coração, não ofendendo ao próximo e fazendo verdade ecoante nas nossas vidas as palavras do Jovem Carpinteiro: “não nos deixeis cair em tentação e livrai-nos do mal, pois Vosso é o Reino, o Poder e a Glória para sempre”.

Por Iriê Salomão de Campos, Comunidade Espírita “A Casa do Caminho” – ‘Tribuna Livre’ Publicado no espaço quinzenal cedido pelo Jornal Tribuna de Minas, 26 de novembro de 2016, Juiz de Fora, MG.

24 de outubro de 2019 por: A Casa do Caminho