Home Artigos

Artigos

Campo de afeto

Paulo, o Apóstolo, em sua carta aos Gálatas, afirmou que: “Não se iluda; de Deus não se zomba. O que o homem semear, isso colherá”.

Todo ser vivo está no planeta situado em extenso campo de oportunidades para o trabalho de evolução. Aquele que não crê nessa afirmativa e nela não se sinta inserido, certamente, não se despertou para sua filiação divina e ainda mantém suas atenções voltadas exclusivamente à materialidade. As experiências vividas cuidarão para o seu despertar.

O tempo pode ser comparado ao campo de sementeira. Nossa vida é a plantação, e ninguém, absolutamente ninguém, vive isento as lidas diárias nas boas semeaduras, pois, mesmo que tenhamos conhecimento momentâneo, carregamos em nosso íntimo sobras de valores, as quais faltam para uns e são necessárias para outros. Não é somente a disponibilidade de recursos materiais, mas a pequena sobra de tempo, um traço de conhecimento a mais, uma gota de afeto, o campo vasto da boa influência, amizade e atenção. Fundindo todas essas emoções em uma só palavra e sentimento, uma medida de solidariedade pode mudar o mundo. Visto que, em todos os lugares, alguém espera a mão estendida e o coração disponível à colaboração. Mas é importante guardar atenção à lição de Emmanuel: colaborar com o próximo não é sinônimo de interferência, pois a Espiritualidade jamais interfere em nosso livre-arbítrio; ela nos auxilia sempre, mas as escolhas são sempre nossas.

A vida é troca incessante, aquele que protege será protegido. Se houver de nossa parte desejo de colher fraternidade, amor, igualdade e paciência das ações dos nossos próximos, devemos agora saber espalhar as mesmas emoções que almejamos receber e desfrutar no futuro; havemos de semeá-las hoje em nosso campo de oportunidades.

O afeto ininterrupto segue adiante e além das atividades enobrecedoras, terrenas. Estende-se ampliadamente nas vibrações do amor que se projeta ao longe como a luz do sol aquecendo o solo independentemente de sua característica geológica.

Se há desejo de plantar na Lavoura Divina, tome com dedicação elevada o trabalho que anseia e segue o Divino Semeador. Comece por afastar-se do egoísmo, extirpando o orgulho; prossiga abandonando o velho sistema do autoritarismo e da arrogância, pois dessas sementes apenas brotam as ervas e frutos da decadência.
Observe as multidões, enredadas feito aranhas na própria teia, encarceradas em antigos vícios e modelos sociais, regidas por regras materialistas decadentes, que por dois mil anos vêm recusando o Cristo em favor da comodidade e sistematicamente redundando em vidas e mais vidas no erro e na dor.

Por maior que seja a dor, mais árdua que se apresente a luta, não desanime do bem, cultive o bem e o amor para a vida eterna e, a tempo preciso nas leis de Deus, será a colheita. Os celeiros de nossos corações estarão plenos de equilíbrio, paz e serenidade, pois esses são os grãos lançados pelo Pai, através das santificadas mãos do amorável Semeador Jesus de Nazaré.

Por Iriê Salomão de Campos, Comunidade Espírita “A Casa do Caminho” – ‘Tribuna Livre’ Publicado no espaço quinzenal cedido pelo Jornal Tribuna de Minas, 27 de agosto de 2021, Juiz de Fora, MG.

2 de novembro de 2021 por: A Casa do Caminho