No livro “O Consolador”, psicografado por Chico Xavier, encontramos a seguinte reflexão sobre a violência. O preceito evangélico “se alguém te bater numa face, apresenta-lhe a outra” deve ser observado pelo cristão, mesmo quando seja vítima de agressão corporal não provocada? A resposta dos espíritos é precisa e direta: “O homem terrestre, com suas taras seculares, tem inventado numerosos recursos humanos para justificar a chamada ‘legítima defesa’, mas a realidade é que toda defesa está em Deus”. Prossegue o espírito em sua resposta: “Somos de parecer que, agindo o homem com a chave da fraternidade cristã, pode-se extinguir o fermento da agressão, com a luz do bem e da serenidade”.
O Mestre de Nazaré ensina a não se retribuir a violência com a violência. Porque, se enfrentamos a crueldade com armas semelhantes, estimulamos a perpetuação do ódio no mundo.
Combater o mal com o bem e jamais ser indiferente aos fatos em redor, pois a omissão é crime inafiançável, por ser a materialização do egoísmo.
Mesmo que os expoentes da má-fé costumem interpretar falsa e erroneamente os ensinos de amor e perdão patenteados nas palavras de Jesus, nós, que Nele cremos, nós que nos empenhamos no esforço para o aperfeiçoamento moral buscando o progresso, não daremos ouvidos aos falastrões, arautos da maledicência cultivadores do materialismo. Seguiremos adiante, ativistas no bem, enérgicos na renovação interior, vigilantes e operosos quanto nos for possível.
Em todas as épocas, os homens dedicaram-se à violência como instrumento repressor da maldade, como força eliminadora das diferenças e dos diferentes, maquinaria de construção da chamada igualdade social, instaurando o extermínio como política de Estado, que, sustentado pela maldade, que é filha do cálculo e da ignorância das leis de Deus, nada mais fizeram com suas atitudes sombrias que acentuar as catástrofes, discriminar a discórdia e salientar as mazelas humanas, proclamando o “olho por olho e dente por dente”.
Reconhecendo a incapacidade humana de enxergar o bem, Jesus nos conclama ao empreendimento individual, em todos os prismas de nossa existência, à prática do bem.
Perdoai não sete vezes, mas 70 vezes sete vezes, como instrumento de bondade inteligente, transformadora, diligente e eterna.
Assim procedendo caminhamos ombro a ombro com todos aqueles de boa vontade, para quem o Cristo dedicou a paz na Terra.
Por Iriê Salomão de Campos, Comunidade Espírita “A Casa do Caminho” – ‘Tribuna Livre’ Publicado no espaço quinzenal cedido pelo Jornal Tribuna de Minas, 13 de outubro de 2019, Juiz de Fora, MG.
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