A luta política para abafar o escândalo semanal suplanta em muito e há muito o ideal da polis. Pelas ruas, cada qual vive a seu modo e desejo, em franca desobediência à mais simples regra de convívio. E as religiões parecem retornar aos tempos medievais, quando pretendiam impor seus princípios canônicos como regras obrigatórias em geral.
O que é religião? Precisamos de fato de uma religião? A palavra religião é de origem latina, significando religare ou religar, unir. Unir os homens entre si em torno dos valores humanos e humanitários, tendo ao centro Deus, o princípio superior de todas as coisas nobres regentes do universo. Na alma de cada um, esse princípio superior existe como eterno e incansável desejo de se melhorar, um deal mesmo que longínquo e pálido buscando a perfeição naquilo que fazemos na procura incessante do Bem, da Verdade e da Justiça. Esse sentimento religioso, quando sustentado pela fé raciocinada, esclarecido pelo conhecimento e fortificado pela razão, tendo por base a liberdade de ação, a consciência tranquila, autônoma e responsável, eleva o homem como ser ao mais próximo de Deus quanto possível no estágio evolutivo em que se encontre.
De fato, observamos o retrocesso no sentido também religioso. Infelizmente herdamos dos velhos tempos a pretensão de cada religião postar-se como única, verdadeira e legítima. Cada qual acusando a outra de erros ou imposturas, recebendo de volta outras tantas acusações e enérgicas reprovações, dividindo ao invés de religar. Essas religiões tão hostis entre si concordam em um ponto: quando se trata de oprimir o pensamento, buscar com todas as suas forças paralisar o progresso e a evolução, com fito apenas de manter seus dogmas na sustentação de um pretenso poder materialista naquilo que é estritamente divino, esquecendo-se de que foram homens de progresso que as fundaram, espíritos sequiosos de justiça e apaixonados pelo Bem coletivo que as estabeleceram. Entre eles, missionários de Deus, temos Jesus, o Cristo, com seus ensinos exemplificados.
Cabe a nós, filhos do mesmo Pai, com atitudes verdadeiramente religiosas, resgatarmos as mais nobres lições legadas pelo Cristo e fazermos alguma coisa em favor do próximo, beneficiando alguém sem nada pedir em troca de modo a merecermos a alegria e a felicidade compatíveis com nosso estágio evolutivo. Assim sendo, estaremos cumprindo a vontade do Pai que está no céu, como ensina Jesus.
Por Iriê Salomão de Campos, Comunidade Espírita “A Casa do Caminho” – ‘Artigo do Dia’ Publicado no espaço quinzenal cedido pelo Jornal Tribuna de Minas, 16 de julho de 2011, Juiz de Fora – MG.
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