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Observando cada passo

“Amarás o senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” (Mateus, 22:7 40). O amor é a síntese de todos os ensinos de Jesus, e é através da observância desse ensinamento que aprendemos a apurar as tantas emoções que congestionam nossos corações de um modo, muitas vezes, tumultuado. E justo essa desordem emocional traz como consequência perturbações que resultam em desequilíbrios e doenças.

Observando o passado, vemos personalidades e civilizações que menosprezaram o amor cristão em nome de um ideal fugaz e desapareceram no tempo. Hoje, os mais atentos às leis do progresso vivem a aurora da espiritualidade, lutando para superar seus instintos, essa força oculta que nos inspira os atos involuntários e a preservação da vida. Porém, quando educado cristãmente, o instinto cede lugar à inteligência, e essa nos leva a descobrir o livre arbítrio em suas consequências naturais e responsabilidades. O instinto não se perde com o progresso da inteligência. Com a educação, afeto e atenção, transfigura-se em sentimentos, levando pouco a pouco ao abandono e desaparecimento das emoções mais grosseiras. Assim, esquecemos o ódio, a vingança, o egoísmo, a cólera e a ambição. Subimos mais um degrau na escala infinita das emoções mais nobres e puras, essas que são o prelúdio do amor divino.

O amor é a essência divina, a “impressão digital” de Deus em cada um de nós. Nada mais proveitoso então do que o esforço para romper o obstáculo do orgulho e do egoísmo, sentimentos ilusórios alojados nos instintos primitivos, atuando como forças inibidoras e contrárias à florescência do amor.

Envolvendo nossos próximos, compartilhando com eles sentimentos mais sublimes, fazemos naturalmente nossa caminhada, antes em terreno árido e pedregoso, agora uma jornada em solo úmido e macio aos nossos passos, pois a fraternidade traz o companheirismo, e a antiga disputa cede lugar para o sentimento de união, em que um auxilia o outro, e a jornada se torna suave.

Amemos o próximo como a nós mesmos, façamos aos outros o bem ao nosso alcance. Assim, somente assim, poderemos afirmar sermos seguidores do Cristo. Aquele que é o Caminho que devemos seguir, a Vida que devemos viver e a Verdade que devemos ser.

Por Iriê Salomão de Campos, Comunidade Espírita “A Casa do Caminho” – ‘Tribuna Livre’ Publicado no espaço quinzenal cedido pelo Jornal Tribuna de Minas – 19 de agosto de 2017 – Juiz de Fora – MG.

1 de julho de 2019 por: A Casa do Caminho