Para os gregos, romanos e hebreus, o poder em todas as versões e o sucesso financeiro representavam as glórias e bênçãos concedidas pelos céus aos escolhidos, que como tais detinham todos os direitos sobre o restante da população. A plebe era obrigada a viver na humilhação e na pobreza, o mesmo que imundície e condenação. Assim tem sido, ora menos ou mais intensa, a força vil da materialidade se espalha. Se ontem vivia o nosso país sob o manto fantasmagórico da inflação e miséria, hoje a sombra da capa negra da mentira, corrupção e falsidade desmoraliza o poder constituído, deixando a plebe com gosto amargo do abandono e da desesperança. Estando o futuro opaco pelo presente nebuloso, nada vemos adiante; aos lados, violência e desmando; abaixo, o chão duro do asfalto poeirento. Só nos resta olharmos para cima e reencontrarmos o Cristo.
Jesus viveu ensinando e exemplificando as duas maiores virtudes: a simplicidade e a humildade. A cultura materialista grega sucumbiu diante da espada. Romanos e Judeus, consorciados no mal, assassinaram Jesus pensando assim também matar seus ensinos. Ao pé da cruz, do martírio do Meigo Nazareno e das lágrimas de sua mãe, brotou o Cristianismo. Morrer, portanto, é renascer. O Cristo crucificado era o grão de trigo, que não germina se não morrer. Enquanto Roma acreditava na morte e nela baseara o seu poder, os homens do caminho, posteriormente chamados de cristãos, fundamentavam-se na vida após a morte, na espiritualidade como origem e destino de todos.
Esses princípios deveriam ser parte da vivência cristã em todos os tempos, mas lamentavelmente muitos, incluindo religiosos, optam pelos princípios Greco-hebraico-romano, artífices da maldade imperante no mundo dantes do atual. Outros tantos se negaram e ainda se recusam a viver na ganância e no ódio, escolheram aplicar valores do Mestre Jesus, como na rogativa de Pedro: Salvai-nos desta geração depravada. Os cristãos aprenderam a dividir entre si, fazendo a abundância para todos. Estavam bem fazendo o bem, mesmo que aparentando pobreza, como observado na passagem de Pedro e João, que, estando à porta do templo, foram parados por um pobre aleijado, um coxo, lhes pedindo esmola. João e Pedro transbordavam alegria espiritual. Olhe para nós, disse Pedro, e o coxo olhou esperando a moeda. Pedro arrematou: Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta e anda. Tomando a mão do coxo, o pôs de pé e esse andou. Antes de retirar-se, Pedro falou sobre Jesus. Sua morte era fruto da ignorância do povo e de seus magistrados. Esse mesmo sacrifício resultava em frutos de restauração, assim como fora naquele momento com os pés do coxo.
Daqueles tempos ao presente, os caminhos do reino foram por nós muitas vezes esquecidos, preferimos momentos de riquezas temporais e alucinações mundanas. Mas sempre se renovam as oportunidades, e nos reencontramos nos caminhos do Reino, é só ter olhos de ver, ouvidos de ouvir que estaremos bem fazendo o bem em nome do Cristo.
Por Iriê Salomão de Campos, Comunidade Espírita “A Casa do Caminho” – ‘Artigo do Dia’ Publicado no espaço quinzenal cedido pelo Jornal Tribuna de Minas, 30 de julho de 2011, Juiz de Fora – MG.
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