O Evangelho de Lucas traz uma passagem de Jesus, quando Ele, em viagem, adentra a casa de Marta e Maria. Maria se assenta para ouvi-lo, e Marta mantém-se preocupada com a lida da casa. Nesse momento, Jesus adverte: “Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte, que não lhe será tirada”.
Quantos ensinamentos nessa passagem evangélica! Suscita-nos a reflexões íntimas; e nós temos escolhido a melhor parte? Diante dos embates de toda ordem, temos optado pelos caminhos da luta regeneradora, combatendo o bom combate, vencendo o mal dentro de nós mesmos? Experienciando aflições, temos alimentado nossa alma com a oração, num exercício cotidiano de fé? Convidados ao banquete mundano, temos resistido as tentações traiçoeiras? Envolvidos pelo alvoroço das más notícias, temos demonstrado nossa confiança em Deus, contagiando aos que nos cercam com a palavra edificante?
Todos os dias fazemos nossas escolhas. Elas começam no nosso pensamento e seguem em palavras e atos. Nosso hálito mental refletirá nossa atmosfera, atraindo forças de igual jaez. O que sai de nossa boca acaba por referir a natureza de nós mesmos. Domando as nossas más tendências, vamos nos ambientando, progressiva e paulatinamente, com o bem, com a alegria e, consequentemente, com a felicidade. Na distribuição do amor, granjeamos mais amor.
No emprego do tempo, virtuosa é a condição daquele que não só cuida do corpo, mas também da alma. Se o corpo demanda tantos cuidados e é passageiro, imaginemos o cuidado que devemos dispensar a alma; escolher a melhor parte não é desdenhar a matéria, mas é dedicar tempo precioso às coisas espirituais.
A leitura edificante e o aprendizado cristão vão nos alimentando a alma, tornando-nos capazes de discernir o bem do mal, separar o joio do trigo, vislumbrar a luz e repelir a treva. A melhor parte pode ser sempre a escolha de hoje, repercutindo em nosso amanhã. Ela sempre nos impulsionará ao progresso, poupando-nos dividendos de paz íntima.
Quando dever e prazer seguem sua ordem baseada na responsabilidade, a escolha favorece consciência tranquila, reverberando num corpo equilibrado, gerando saúde e bem estar. Ao contrário, a inversão dessas atitudes advém o desequilíbrio e todo o séquito de distúrbios orgânicos oriundos da mente culpada.
O lar, nosso templo redentor, desperta-nos para escolhas diárias de paciência ou animosidade; de amor ou ódio; de paz ou guerra; de renúncia ou de egoísmo; de violência ou de carinho; de amparo ou de abandono; de educação ou de brutalidade…
Escolher a boa parte é guardar na alma preciosidades, as quais levamos conosco através dos tempos, conquistas que o ladrão não rouba e nem a traça corrói. Alimento valiosíssimo que nos arremete a voos redentores de nossa alma. Mas não nos esqueçamos: a escolha é sempre nossa!
Por Denise Gasparetti Drumond, Comunidade Espírita “A Casa do Caminho” – ‘Tribuna Livre’ Publicado no espaço quinzenal cedido pelo Jornal Tribuna de Minas, 04 de junho de 2021, Juiz de Fora, MG.
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