Achamo-nos, a humanidade, divididos entre a conscientização mundial sobre a necessidade de paz, fundamental para a felicidade individual e coletiva, e um mundo com conflitos inumeráveis. Embora desejemos a paz, por vezes não a cultivamos ou algo fazemos para sustentá-la. Muitos andam distraídos, irritados por dificuldades passageiras e ocupados em desilusões e tristezas.
Afirmou Jesus, envolvendo a humanidade em amor: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou. Eu não vos dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14:27).
Não confundamos a paz do mundo com a paz do Cristo. Para alguns, a paz pode se configurar na fuga ao trabalho, na preguiça improdutiva, na viciação dos sentidos, no silêncio provisório de guerras e na satisfação dos próprios caprichos.
Entretanto a paz anunciada por Jesus edifica-se no trabalho ativo, na fraternidade legítima, no amor ao próximo, no não julgamento, no exercício da tolerância, no perdão às ofensas, no entendimento e na responsabilidade da vida como chance de progresso do espírito eterno. Não pressupõe ausência de problemas ou permanente tranquilidade; mas, sim, confiança e compreensão das Leis de Deus, tendo como roteiro a vivência dos ensinos de Jesus, que nos estimulam a encontrar os recursos morais para a caminhada segura.
Entre o desejo, a busca e a realização da paz estão as escolhas individuais. A harmonia da vida começa em cada coração, no íntimo de cada alma, a se exteriorizar e refletir no próximo.
Nesse sentido, alertou o Mestre sobre o que valorizamos e buscamos, o que tem relação direta com a paz ou a ausência dela: “Não queirais entesourar para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e a traça os consomem, e onde os ladrões os desenterram e roubam. Mas entesourai para vós tesouros no céu, onde não os consomem a ferrugem nem a traça, e onde os ladrões não desenterram nem roubam. Porque onde está o teu tesouro aí está também o teu coração” (Mateus, 6:19-21).
Nessa passagem, Jesus não nega a previdência e o trabalho, o que seria a negação de todo o progresso, sendo o homem mero espectador de sua vida. Mas, sim, orienta sobre as escolhas que fazemos. Deus conhece as necessidades de seus filhos e as provê, conforme o necessário. É fundamental que a fraternidade e a caridade reinem entre os homens, não através de leis que as decretem, mas através da consciência individual, da busca real de cada ser humano pela vivência do amor e pela negação do orgulho e do egoísmo. Ajuntar tesouros no céu é dilatar os valores do bem, na paz do coração.
Edifiquemos a paz em nossos corações, confiantes nas palavras de Jesus: “Tenho vos falado essas coisas para que tenhais paz em mim. No mundo tereis provações; mas animai-vos, eu venci o mundo” (João 16:33).
Por Denise Pereira Rebello, Comunidade Espírita “A Casa do Caminho” – ‘Tribuna Livre’ Publicado no espaço quinzenal cedido pelo Jornal Tribuna de Minas, 16 de março de 2019, Juiz de Fora, MG.
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