Não tenho um caminho novo. O que eu tenho de novo é um jeito de caminhar. A frase do poeta Thiago de Melo me parece bem oportuna para o momento em que a roda da vida completa mais um círculo: finda e, automaticamente, inicia novo período. Muitos esvaem-se no gasto de energias preciosas na busca de previsões espetaculares ou encantamentos supersticiosos que garantam magicamente um futuro formidável. Sem ter por objetivo frustrar alguém, não é difícil, muito menos mágico, dizer que tudo continuará como antes. Por que não haverá mudanças substanciais que proporcionem maior bem-estar à humanidade? A resposta é curta. Passa o tempo, e o ser humano continua o mesmo. Seus valores, com raras exceções, se mantêm inalterados. Emocionalmente, continuamos medievais enquanto a substância divina, nossa essência espiritual, persiste empanada por um tosco materialismo que se contenta em fingir ser crente, por replicar palavras vazias em ritos teatrais.
Por qualquer pequena dificuldade externa, e inclusive na dor nos lançamos para distante de toda atividade de iluminação espiritual. Tomados pela irritação, sem nenhum medo e em alto e bom-som, dizemos: Deus se esqueceu de mim.
Enquanto estiver o homem sobre o solo terrestre, sua jornada será de muito esforço. Isto porque, atrás de cada resposta obtida com a solução de um problema, novo enigma surgirá. Sendo a Terra uma escola, outra não é a função da escola se não de ensinar, e, ao educando, cabe a tarefa de vencer cada uma das dificuldades naturais. A lição ministrada é caminho para novas tarefas, e todo aprendizado edificante tem um único sentido: nos conduzir aos mais delicados meandros dos sentimentos. Munidos desta sensibilidade interior, ficamos mais atentos aos ensinamentos divinos, deixando naturalmente de lado emoções que nos prendam aos medos e às inseguranças tão normais nos dias presentes. Confiar em Deus não é simples crença em Deus, muito menos ato de revelação religiosa. Crer é ter certeza de que Deus está presente em nosso íntimo em todos os instantes.
Ao pretender um ano realmente novo, sonhar com novos tempos, é necessário questionar a si mesmo: qual é o estoque de sentimentos que levo para a jornada vindoura? Que tipo de vibrações sou capaz de espalhar pelos meus caminhos? Que espécie de emoções estou comunicando aos outros?
Na simplicidade destas reflexões encontraremos a chama espiritual, a chancela divina oculta nos escombros dos medos que nos assolavam e, assim, os deixamos para trás no ano velho do homem velho. Agora somos os mesmos, renascidos na certeza de nossa filiação divina, caminhando conscientes e seguros por antigos caminhos, encontrando em nosso íntimo as oportunidades de elevação e crescimento com os nossos semelhantes e irmãos, dedicando o amor ao próximo.
Por Iriê Salomão de Campos, Comunidade Espírita “A Casa do Caminho” – ‘Artigo do Dia’ Publicado no espaço quinzenal cedido pelo Jornal Tribuna de Minas, 29 de dezembro de 2012, Juiz de Fora – MG.
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