A história de Paulo de Tarso traduz o esforço e a busca pela renovação moral: de Saulo, perseguidor dos cristãos, a Paulo, trabalhador dedicado ao Evangelho de Jesus; das investidas contra a mensagem do Cristo ao bom combate a si mesmo e às suas imperfeições.
O encontro sublime de Saulo com Jesus, às portas de Damasco, transforma seu caminho e sua vida. A pergunta de Jesus ao doutor da Lei, à entrada de Damasco – “Saulo!… Saulo!… por que me persegues?”, marca o despertar desse que se tornou trabalhador incansável do Cristo, cuja presença lhe fora confirmada; sim, o Cristo estava vivo, aguardando, pacientemente, que o coração do perseguidor, viajante pelos desertos da descrença e do desamor, cedesse ao oásis regenerador da verdade dos ensinamentos valorosos do Mestre.
Considerando o tempo perdido em perseguições sistemáticas aos cristãos, Paulo, em sincero arrependimento, pergunta ao Senhor o que ele deveria fazer. E Jesus o orienta e inspira. Num processo de reforma de ideias e de suas concepções religiosas, entrega-se ao trabalho de divulgação da mensagem eterna do amor e do perdão, numa trajetória de lutas e vitórias, relatada por Chico Xavier no livro Paulo e Estevão.
A vida é presente de Deus, traduzindo-se em desafio abençoado ao progresso. Quantos ensinamentos revelam a caminhada de Paulo? A necessidade da reforma íntima, o esforço sistemático no bom combate, a confiança e a fortaleza no Mestre, entre tantos outros.
Realizar a reforma íntima é interrogar a nossa consciência acerca de nossos atos, é analisar nossos sentimentos mais íntimos e adequá-los à mensagem do bem. Buscar fazer o bem pelo bem, dar o bem em troca do mal são exercícios indispensáveis àquele que deseja seguir a estrada de Jesus. O que se esforça nessa renovação já está a caminho da evolução espiritual.
Combater o bom combate deve se revelar na luta que devemos travar individualmente, é a luta interna do bem contra o mal, na busca da vitória contra os males que trazemos dentro de nós e que estão em desacordo com os ensinamentos do Cristo.
Manter a fé e a confiança diante das adversidades da caminhada, utilizando os instrumentos do amor, da paciência, da resignação, é também escalar os degraus da evolução para a emancipação da alma.
Busquemos a inspiração amorosa do Cristo, quando diz a Paulo: “Não recalcitreis contra os aguilhões!…”. Resistir aos aguilhões é persistir na dor. O Mestre veio ao encontro da humanidade e se fez o caminho, a verdade e a vida. Cabe-nos, igualmente, o movimento individual, se desejamos ir ao encontro de Jesus. Renovemo-nos em seus ensinamentos, lembrando a afirmação de Paulo em uma de suas epístolas: “Tudo posso naquele que me fortalece”.
Por Denise Pereira Rebello, Comunidade Espírita “A Casa do Caminho” – ‘Tribuna Livre’ Publicado no espaço quinzenal cedido pelo Jornal Tribuna de Minas, 12 de fevereiro de 2021, Juiz de Fora, MG.
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