Pedro nasceu em Betsaida, Galiléia, era filho de um certo Jonas, e seu nome legítimo era Simão. Homem simples, rústico, saído da plebe, filho do povo. Pedro vivia com sua mulher e sua sogra em Cafarnaum, na margem do Lago Genesaré, onde exercia a profissão de pescador, estendendo a sua ação de pesca no Mar da Galiléia.
O período inicial da vida cristã de Pedro, data do tempo em que Jesus, deixando a cidade de Nazaré, fixou residência em Cafarnaum. Foi nessa cidade – a Galiléia dos gentios – caminho do mar, além do Jordão, que o humilde Nazareno começou suas pregações, convidando o povo ao arrependimento, e anunciando a aproximação do Reino dos Céus.
Um dia Jesus se fez ao longo do mar e viu dois indivíduos lançando suas redes. Eram os irmãos Pedro e André, que se achavam no exercício de sua profissão. O Mestre chama-os e diz-lhes: “Segui-me, e eu vos farei pescadores de homens.” Imediatamente eles deixaram as redes e seguiram a Jesus! Desse dia em diante, nunca mais, nem um só instante, o futuro Apóstolo separou-se do Incomparável Doutrinador.
O Apóstolo Pedro nos dá o exemplo de uma vida que foi toda dedicada ao amor a seus semelhantes por amor de Jesus!
Era um pescador que passara a vida inteira em sua barca, preso à profissão que escolhera por inclinação. Quem o demoveria da sua canoa, de seus remos, da sua rede, de seus peixes, que lhe proviam, e aos seus, a existência corporal? Quem o afastaria do aconchego do lar, onde repousava das fadigas do dia, a não ser o Excelso Salvador do Mundo? Que outro alguém lhe poderia proporcionar carícias e doces, imperiosas, convincentes, cativantes palavras de libertação, como as que saíam dos lábios do Filho de Maria? Pedro, não há dúvida, foi um dos mais amados discípulos de Jesus, o que, em companhia de João e Tiago o seguia em suas curas e nos momentos mais imperiosos, especialmente naqueles em que se salientaram os mais transcendentes fenômenos do Cristianismo!
Todos esses fatos, todas essas lições, aliadas à docilidade de Jesus, deveriam certamente concorrer para o trabalho a que os futuros operários do Evangelho se aplicariam para verem realizado o desiderato cristão.
Com o objetivo de continuar a propagação do Evangelho de Jesus, Pedro construiu ‘A Casa do Caminho’, uma casa singela, de paredes brancas, onde se praticava o puro Cristianismo. Sob a sua orientação, ‘A Casa do Caminho’ brilhou como um socorro sempre disponível para os enfermos do corpo e do espírito, como o oásis de esperança para os viajores cansados e exauridos; como posto de refazimento para os necessitados de todos os matizes. Representava o porto seguro para os cristãos perseguidos, naqueles longínquos tempos do Cristianismo primitivo.
“Pedro, tu és rocha e sobre ti erguerei minha igreja”.
Jesus, o Mestre, estava erigindo sua “igreja” sobre a rocha firme da mediunidade, trazida à luz através do Consolador – A Doutrina dos Espíritos, aquela que representa a chave que abre as portas do mundo espiritual, para que os encarnados e desencarnados possam comunicar-se, ajudando-se mutuamente, crescendo juntos na construção da felicidade para todos.
No ano de 1956, nossa irmã D. Isabel Salomão de Campos passava por uma “doença educativa” – em suas palavras – que a colocaram no leito por quatro meses. Durante esse período, impossibilitada de assumir seus deveres no lar, na família e na sociedade, D. Isabel via e ouvia os Espíritos que a instruíam sobre as Verdades Eternas, aprendendo sobre os mecanismos da mediunidade, sobre a maneira correta da vivência cristã e tudo o mais que seria indispensável ao trabalho espiritual de que ela se encarregaria no futuro. Certo dia, Pedro, em Espírito, se aproximou do leito-escola de D. Isabel e falou naquela voz amorosa e firme: “Prezados irmãos, filhos de Meu Pai” e em se dirigindo à nossa irmã acrescentou: “Levanta-te minha filha. Erga-te. Procura com carinho e sinceridade executar as ordens do Alto e o teu trabalho será abençoado”.
A vibração que se seguiu foi indescritível e duradoura. D. Isabel se levantou e nunca mais adoeceu. Toda a sua energia foi canalizada para o trabalho com Jesus. Este mesmo trabalho que, crescendo vertiginosamente e pautado dentro do puro Cristianismo, redivivo pela Doutrina Espírita, precisou de um local que recebesse um grande número de pessoas que o buscavam, que dele necessitavam. Foi então que, inspirada mais uma vez por Pedro, a nossa “A Casa do Caminho” foi construída. Essa que vem sendo o “oásis da esperança” para os que jornadeiam na ignorância dos ensinamentos do Mestre, e o porto seguro para os que buscam na Medicina do Cristo o alívio para suas dores morais e físicas.
Pedro, O Apóstolo dedicado do Cristo, continua sua missão de divulgador do Evangelho de Jesus, através da cura em seu nome, do exercício da fraternidade em seu nome, por intermédio da nova “A Casa do Caminho”, como timoneiro desta embarcação segura e forte.
Adaptado do livro Parábolas e Ensinos de Jesus – Cairbar Schutel e da revista “Espiritismo e Vida” – Edição Comemorativa do 11º Aniversário da Comunidade Espírita “A Casa do Caminho”.