Há pessoas que veem o trabalho como um exercício exaustivo, repetitivo e monótono; outras transferem para suas ocupações diárias suas insatisfações; muitas ensejam a mudança de profissão. Sobre esse tema, propomos uma análise sob um ângulo diferente.
Nas particularidades da natureza, podemos observar o convite ao trabalho: o sol brilha sem pausa; rios e fontes servem à fertilização da terra; árvores e plantas renovam a atmosfera; aves fazem e refazem ninhos. Tudo obedece à lei de cooperação e evolução na engrenagem divina.
Sendo o homem parte da natureza, cabe a ele realizar, direcionando a energia da produtividade para sua evolução e a da coletividade a que pertence. O trabalho é lei natural, esclarece-nos a Doutrina Espírita, reconhecendo-se trabalho por toda ocupação útil, que traz progresso material e espiritual. “Sem o trabalho, o homem permaneceria na infância intelectual; eis porque ele deve a sua alimentação, a sua segurança e o seu bem-estar ao seu trabalho e à sua atividade”, informa- nos “O Livro dos Espíritos”, na questão 676.
Todos têm algo a oferecer; Deus é justo e dá a cada um formas de se tornar útil, segundo as capacidades individuais. O trabalho material garante o sustento e as necessidades físicas; já espiritualmente permite que o ser humano corrija imperfeições e aprenda a disciplina.
Estamos sustentados pelo apoio divino, porém o aprimoramento moral diz respeito a cada consciência que responderá por seu destino de acordo com suas opções. O homem é livre para valorizar e aproveitar as oportunidades do tempo, consagrando suas tarefas no serviço com vistas às suas necessidades individuais, mas também ao Bem maior, melhorando-se sempre.
O Espírito Emmanuel, no livro “Caminho, Verdade e Vida”, lição 4, ensina-nos que “em todos os recantos observamos criaturas queixosas e insatisfeitas. (…) A maioria revolta-se contra o gênero de seu trabalho. Os que varrem as ruas querem ser comerciantes, já os trabalhadores do campo prefeririam a existência na cidade. O problema, contudo, não é de gênero de tarefa, mas o de compreensão da oportunidade recebida. De modo geral, as queixas, nesse sentido, são filhas da preguiça inconsciente. (…) Para que saibamos honrar nosso esforço, Jesus referiu-se ao Pai, que não cessa de servir em sua obra eterna de amor e sabedoria e à sua tarefa própria, cheia de imperecível dedicação à humanidade”.
Busquemos nossas ocupações do dia, lembrando-nos de que Deus nos ajuda, à medida que nos esforçamos na busca do que precisamos, com humildade, persistência e confiança. As vitórias são fruto do trabalho digno. Reflitamos, ainda, sobre as afirmações de d. Isabel Salomão de Campos a esse respeito, destacando que “o trabalho digno é prece eterna” e que “não existe milagre, existe trabalho e progresso. Felicidade é consequência”.
Por Denise Pereira Rebello, Comunidade Espírita “A Casa do Caminho” – ‘Tribuna Livre’ Publicado no espaço quinzenal cedido pelo Jornal Tribuna de Minas, 24 de novembro de 2018, Juiz de Fora, MG.
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