Somos o que pensamos e a identidade visível de nossos pensamentos. O cartão de visitas, com o qual nos apresentamos à sociedade, não é somente nossa roupa, casa ou carro. A nossa imagem se faz vista não só pelo que falamos, mas como falamos.
Nossa mente é incessante geradora de forças. Polos positivos e negativos dos sentimentos produzem emoções, e estas geram as palavras expandidas pela garganta em gigantesca descarga eletromagnética, dimensionada pela voz. Em todos os campos de nossas atividades, é a voz o instrumento para a exteriorização de nossas mais secretas emoções, planos e desejos. É por ela, a voz, que nos ajustamos aos grupos sociais, nos assemelhamos aos demais companheiros; ela é que nos ajusta ao trabalho, possibilitando-nos ou não o progresso no espaço e no tempo.
Talvez por ser um ato instintivo, não pensamos no quão importante é o ato da fala. Como é mal utilizada nos variantes aspectos. Por exemplo: do que valem todos os qualificativos acadêmicos de um educador se logo está aos gritos dentro da sala de aula? Também de nada vale a voz temperada na falsa brandura que flauteia presunçosa as palavras. Existem muitas pessoas arrojadas, cuja educação passou de largo e que se arvoram nas expressões coléricas, nos gritos e ofensas, alegando sinceridade. Chegam a afirmar que dizem o que pensam, como pensam e ninguém tem nada com isso. Da cólera nada se aproveita, não passa de um curto-circuito em nossas forças mentais, originado em um defeito no gerador de nosso mundo emotivo. O ato colérico arremessa raios destruidores em todo o nosso derredor. O súbito desequilíbrio de nossas energias provocado pela raiva atiça profundos prejuízos em nossas vidas, causando cegueira temporária de nossa mente. Em uma dialética ação, expelimos e interiorizamos incontáveis desvarios e nos arrojamos a sensações tão remotas, descendo, quase sem perceber, à infeliz condição de animal inferior. E o resultado não será outro senão uma tragédia pessoal. A cólera não deve e, pelos seus efeitos maléficos, não pode compor nosso elenco de emoções.
A confluência nos caminhos da vida põe nossa vontade de progredir em conflito com os interesses e fatos rotineiros, fatalmente conduzindo à reação, o que é muto natural. Ação e reação são elementos do equilíbrio regente do universo e tudo que nele há. Fugir à naturalidade no enfrentamento dos fatos é adotar o conformismo ou a clausura. Em determinados aspectos, nossa indignação deve se manifestar como marca de repulsa e rebelião contra as ofensas ante as Leis do Senhor. Elevar a tensão sem jamais perder a dignidade de que fomos investidos pela Divina sabedoria, legada por Jesus em todos os seus exemplos reformadores do mundo e por suas palavras restauradoras, nos encaminha para o aprendizado de governança dos próprios impulsos, na orientação do uso da voz como disseminador do bem e instrumento de exemplo do esforço para a melhoria íntima.
Por Iriê Salomão de Campos, Comunidade Espírita “A Casa do Caminho” – ‘Artigo do Dia’ Publicado no espaço quinzenal cedido pelo Jornal Tribuna de Minas, 08 de outubro de 2011, Juiz de Fora – MG.
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