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Pensando um pouco mais

Uma das marcas mais profundas na formação social é a excessiva importância dada aos títulos e convenções com que se acredita destacar cada um em meio à sociedade. Devemos sim, buscar sempre o progresso, jamais a qualquer custo.

Observando a organização da Natureza, facilmente vemos que cada vegetal tem a respectiva importância por suas qualidades intrínsecas, e cada animal é respeitado e querido por suas peculiaridades individuais. Diferenças à parte, todos os seres dependem do mesmo Sol e da mesma água, fontes divinas de energias, sem as quais a vida se extingue.

O professor é respeitado não só pelo título mas também pelo grau de competência com que se relaciona com os estudantes.

A toga não define a integridade, é o respeito ao próximo na aplicação íntegra da lei, que faz reluzir no magistrado o esplendor da justiça.

A confiança em um médico não advém do número de especializações que ostenta em seu currículo. A credibilidade resulta da sua atitude ao pé do enfermo.

Um belo desenho técnico em um escritório suntuoso impressiona o cliente, mas é a competência na exatidão dos cálculos que garante a construção segura adequada.

A casa suntuosa, esbanjando conforto e posses, não é pré-requisito à boa educação. O amor familiar se expressa na relação doméstica sustentada pelo equilíbrio e respeito mútuo.

Cada pessoa traz consigo a história dos próprios feitos ao longo das encarnações passadas, feitos esses que se integram com os atos da vida presente. E são os próprios gestos e obras que resultam em valor ou demérito para cada um. Todos somos livres para escolher, fazer, desejar e obter aquilo que nos satisfaz, mas igualmente seremos constrangidos pelas leis de causa e efeito a colher os resultados da própria obra.

Por isso é necessário ouvir os ensinos de Paulo o Apóstolo e deixar nascer o Homem Novo. Não mais aquele que busca desesperadamente o ouro, o linho e o pão excessivos. Mas o ser que relega os exageros aos planos secundários, de modo a aprender ouvir os chamamentos do Cristo, pois até agora se o percebemos, não o ouvimos, se o estudamos não aprendemos.

Se ainda há uma busca pela vida fácil e esplendor social, lembremos o Cristo. Ele iniciou a divina missão entre os homens do campo e pescadores; com eles dividiu o pão sovado. Conviveu intimamente com doentes, prostitutas e loucos, em quem semeou amor e fraternidade. Ensinou as leis de Deus aos irritados doutores e pecadores imorais. Terminou sua vida exemplar pregado ao madeiro infame entre dois ladrões, rogando ao Pai que nos perdoasse por não sabermos o que fazíamos.

Não nos esqueçamos da lição do Jovem Carpinteiro de que somente as obras que realizarmos em nome de Deus serão marcos indeléveis de nosso caminho na senda da existência.

Por Iriê Salomão de Campos, Comunidade Espírita “A Casa do Caminho” – ‘Tribuna Livre’ Publicado no espaço quinzenal cedido pelo Jornal Tribuna de Minas – 02 de setembro de 2017 – Juiz de Fora – MG.

25 de julho de 2019 por: A Casa do Caminho