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Pêndulo da vida

Jesus caminhava entre amigos, admiradores, curiosos e certamente malfeitores, quando um jovem bem apessoado composto por boa vestimenta o interrogou: … Senhor o que devo fazer para segui-lo? – deixa tudo que possui, toda a riqueza e venha. Atrasando propositalmente os passos, recuou em sua caminhada ate desaparecer na multidão, enquanto o Mestre seguia firme adiante.

Pensando mais detidamente não somos tão diferentes do jovem omisso. Quantas vezes clamamos quase exigindo auxílio e logo a seguir obtido o desejado, findada a aflição perturbadora, nos afastamos, nos perdemos na multidão enquanto os mais destemidos prosseguem.

Muitas são as distrações no caminho.

Jesus, todos sabem ensinava por parábolas, pequenas histórias inesquecíveis de conhecimentos incalculáveis.

O jovem era rico, tinha ouro, vestimentas finas e tradição familiar.

Se não possuímos a moeda tão desejada, somos ricos de teimosia, abastados de orgulho, afortunados de poderes terrenos, opulentos de fama e fecundos de intelectualidade. Em suma, cada um carrega um oceano de riqueza acumulada segundo seu passado próximo e remoto.

Trazendo em seu íntimo o fervilhante caldeirão de emoções, desejos e ideais, o ser humano depara-se com a vida a cada esquina do mundo, a todo o momento vê-se obrigado a se posicionar perante a si mesmo e aos seus, dando o testemunho incontestável de suas intenções mais secretas.

Assim é a vida, ninguém se esconde para sempre, por mais poderoso que pareça, sempre chega o momento justo.

Enquanto momentâneos poderosos se devoram por mais e mais… Larga faixa da humanidade segue em seu anonimato vivencial, procurando seu lugar no mundo. Gerações inteiras seguem tradições ou vão na busca tateando vida a fora, oscilando feito pendulo do velho relógio na parede. Para lá e para cá. Acerta… erra, erra…acerta. Tique taque… Cada minuto da vida vivida de aparente rotina é de fato a imensa busca da felicidade.

Feito o jovem rico indagamos ao Pai, que faço para segui-Lo? – Deixe toda sua fortuna, seja ela qual for e, venha ter comigo o caminho adiante.

Será que nossa resposta ainda hoje é o recuo nos passos para nos dispersarmos em meio à multidão? Ainda optaremos pelo prazer momentâneo esquecendo o dever que nos eleva?

Para assumir o dever é necessário ter coragem em todas as circunstâncias da vida e esta coragem vem de Deus e suas leis de amor.

Deixemos pelo chão os pesados fardos de nossas riquezas aparentes e sigamos confiando na bondade do Pai, vivenciando os ensinos do Cristo.

Por Iriê Salomão de Campos, Comunidade Espírita “A Casa do Caminho” – ‘Artigo do Dia’ Publicado no espaço quinzenal cedido pelo Jornal Tribuna de Minas – 01 de junho de 2013 – Juiz de Fora – MG.

7 de abril de 2019 por: A Casa do Caminho