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Pão de cada dia

“Dentre as espécies que habitam o Planeta Terra, a humana é a mais complexa frente às demais. Dotada de inteligência, torna-se capaz de auto reconhecer-se e identificar os semelhantes. Seu corpo físico é uma máquina biologicamente perfeita e, se não tem plena certeza, desconfia que algo mais o anima, além das materialidades sutis, o que chamamos de alma ou espírito.

Nos primitivos tempos, a humanidade apenas sobrevivia, e sua única razão de ser era justamente a conquista do pão na árdua subsistência. Obedecendo à infalível lei da evolução, esse ser começou a sentir novas emoções, outros desejos, ver além das montanhas, varar a neblina das planícies, fixar-se às beiras dos riachos e constituir um grupo, uma família, um clã. Uma ânsia em descobrir as causas, entender os fenômenos que o atingiam e ver ao seu derredor.

As necessidades materiais foram, como são, satisfeitas pelos sistemas, guardadas as devidas proporções e os equilíbrios pessoais. Porém, outras aflições surgiam no íntimo de tantos homens. Uma busca aflitiva pela justiça, pelo progresso moral e pela paz interior. Não mais ou somente o pão de trigo e sal, mas o pão do espírito.

Muitos deuses, mitos, religiões e crenças buscaram e ainda pretendem nos dar uma resposta mágica e alegórica para o encontro do alimento espiritual. Ficaram na pretensão.

Jesus, somente Jesus, o Cristo de Deus, é capaz de ensinar que “não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”, (Mateus 4:4). Assim, o Divino Carpinteiro nos fornece o alimento necessário para saciar a fome do espírito, e essa refeição sadia é encontrada na oração do Pai Nosso, quando o Mestre de Nazaré diz “o pão nosso de cada dia dai-nos senhor”.

Jesus nos ensina a pedir a Deus não apenas o alimento digno na manutenção do corpo mas tudo quanto seja indispensável à alimentação do espírito residente no corpo material, energias que sustentem o crescimento moral, forças para cumprir a tarefa de “não cair em tentações”, convicções vigorosas para “livrar-nos do mal”. Coragem bastante para “perdoar a quem nos tem ofendido” e força moral para pedir que “perdoe nossas ofensas”. E são justamente a compreensão e o esforço de cada um que possibilitarão a caminhada para que “seja feita a vossa vontade assim na terra como nos céus.”

Por Iriê Salomão de Campos, Comunidade Espírita “A Casa do Caminho” – ‘Artigo do dia’ Publicado no espaço quinzenal cedido pelo Jornal Tribuna de Minas, Juiz de Fora, MG.

27 de fevereiro de 2020 por: A Casa do Caminho