O filósofo August Conte escreveu: “É mais fácil conhecermos aquilo que não somos do que aquilo que somos”. Em uma olhada geral por nossa maneira de pensar e nosso modo de viver, podemos concluir que o sábio pensador está com boa parte da razão, e, talvez, por não conhecermos aquilo que somos, nos deixamos conduzir por religiões e crenças em vez de seguirmos o mestre. Jesus disse “amai-vos uns aos outros como vos amo”. Passados mais de dois milênios, estas palavras se limitam aos textos reflexivos e temas religiosos, por quê? Porque ainda não compreendemos o que é amor. O amor escapa às esferas carnais onde comumente confunde-se à paixão, que é exigência.
Amor é essencialmente renúncia, paciência, materializa-se no ato sincero do perdão, caminhando unido à compreensão e aos sentimentos opostos ao egoísmo, ciúme e irritação, emoções que em nada combinam com a paz. O amor ensinado pelo Cristo é a força maravilhosa que une os seres em sentimento único, derrubando as barreiras, afugentando para longe a barbárie das ruas, dissolvendo preconceitos e solidificando o ser. Quem ama desconhece tempo e espaço, está sempre disposto a auxiliar sem medir esforços e os interesses pessoais que, por hora, deixará de atender. Primeiro, as coisas de Deus, o mais virá naturalmente por consequência.
Voltando a August Conte e observando nossa maneira de amar, vemos que temos e cultivamos um suposto amor por aquilo que nos dá orgulho, por aqueles que correspondem aos nossos ideais sociais, os que torcem pelo mesmo time, pertencem ao mesmo partido político, comungam do mesmo objetivo nosso. Supostamente, amamos os que atendem aos nossos desejos e nos assemelham.
Temos dificuldades em amar aquele que é apontado como feio, que foge aos padrões estabelecidos. Para serem amados por nós, precisamos de um treinamento ou campanha publicitária para que sejam reconhecidos e respeitados como irmãos. Muitas foram as pessoas que apresentaram capacidade de amar, e alguns pereceram nas mãos dos violentos, mas seus nomes especiais estão gravados nos corações dos homens de boa vontade, e, para estes, são exemplos inabaláveis. Os atos de amor podem até provocar a paixão do ciúme e da inveja, mas, antes de qualquer coisa, são exemplos do amor distribuído fartamente, despertando admiração e semeando a paz.
Aqueles que amam provocam um campo magnético especial que os torna felizes e influencia todos à sua volta, independentemente de quem seja. Estamos distantes da perfeição, mas somos perfectíveis, como ensina Allan Kardec. Com esforço pessoal e mais atenção às coisas de Deus, em breve, aprenderemos o exemplo de Jesus: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.
Por Iriê Salomão de Campos, Comunidade Espírita “A Casa do Caminho” – ‘Tribuna Livre’ Publicado no espaço quinzenal cedido pelo Jornal Tribuna de Minas, Juiz de Fora, MG.
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