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O que é do homem, o que é de Deus

Na clareza da nossa percepção, fica nítido que pouco há de seguro no tocante às políticas e ideologias vigentes. Não se trata de dizer que o mundo está à beira do caos; o caos já se instalou no mundo, e não é sensato esquecer que existe incontável número de pessoas, organizações, partidos políticos e até mesmo países inteiros que se sustentam confortavelmente sobre a desorganização e o sofrimento do outro.

Observando a realidade caótica que nos cerca, o que vemos é a falência na gestão pública como um todo. É o simples olhar sobre os grupos radicais e o descaso, entranhados no tecido administrativo e no seio das populações, levando muitos dirigentes à paralisia e ao desgoverno. Se, na África, três centenas de meninas foram sequestradas, no Brasil, sua maior cidade está sem água. Ambos os governos fingiram nada ver e administram tais gigantescas crises com palavras vãs. É a sábia frase: os políticos não cuidam das causas dos problemas, depois não sabem lidar com as consequências.

Estando em constante convívio com o caos e para não ser dele mais uma vítima, devemos olhar para dentro de nosso coração, elevar o espírito até Deus e buscar seus ensinos, como o fez Paulo, o apóstolo: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é em vão no Senhor.” (I Coríntios, 15:58).

Quando se fala em “coisas de Deus”, muitos acreditam de imediato na visão da fé cega, aquela que, abraçada, não leva a lugar algum, a não ser na crença quase que improdutiva, feito aquele que se tranca entre quatro paredes do santuário, entre vigílias, adorações e pensamentos profundos sobre os mistérios divinos, esquecendo-se de que todo o conjunto da vida é criação universal de Deus.

Jesus e seus discípulos não viveram de contemplação, oram, sim, porque ninguém pode se sustentar nos caminhos de Deus sem o banho interior da paz e equilíbrio da fé. Restaurando as próprias forças, voltavam-se para o socorro aos mais necessitados. Jesus e seus apóstolos lutaram, serviram e sofreram na sementeira do bem, e, a partir desse exemplo, Paulo de Tarso reafirma a necessidade da nossa firmeza e constância nas tarefas de elevação, para que sejamos com fartura trabalhadores na seara do mestre.

Entender, estudar e aceitar o cristianismo em sua essência, tal como Jesus ensina, é auxiliar sempre, criar alegrias, semear a concórdia e esperança, é melhorar a vida de quem puder, onde estiver, acalmando os corações e, assim, aperfeiçoando a nós mesmos. Desta forma, logo descobriremos que tudo que ao mundo pertence nele ficará e tudo que é duradouro, real e consistente está relacionado às coisas de Deus, ensinadas pelos exemplos de Jesus, a quem devemos seguir incondicionalmente.

Por Iriê Salomão de Campos, Comunidade Espírita “A Casa do Caminho” – ‘Tribuna Livre’ Publicado no espaço quinzenal cedido pelo Jornal Tribuna de Minas, Juiz de Fora, MG.

10 de março de 2020 por: A Casa do Caminho