Os dicionários registram o significado da palavra perdão como remissão de pena, de ofensa ou de dívida; desculpa. Porém o ato de perdoar exige um tanto de paciência e entendimento fraterno daquele que o pretende. Compreender o perdão e seus efeitos nos facilita a praticá-lo.
Certa vez, escutando Jesus orientar acerca do perdão, Pedro pergunta ao Mestre quantas vezes se deveria perdoar um irmão que tenha pecado contra ele. “Será sete vezes?” — completa Pedro. Jesus, então, responde-lhe: “Não te digo que até sete vezes, mas que até setenta vezes sete vezes” (Mateus, XVIII: 15, 21, 22); ensinando, dessa forma, que é necessário perdoar sempre, respondendo o mal com o bem, como afirmou o apóstolo Paulo: “Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem”.
Em outra passagem, ao ser questionado pelos homens acerca de uma mulher que fora apanhada em adultério, Jesus diz-lhes: “Aquele dentre vós que estiver sem pecado, atire-lhe a primeira pedra”. Ouvindo-o, foram saindo um a um, sendo os mais velhos os primeiros. O Mestre, então, volta-se para a mulher: “Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou? Nem eu tampouco te condenarei; vai, e não peques mais” (João VIII: 3-11).
A prática do perdão é a prática do bem. Perdoar é também o reconhecimento de nossas fraquezas e de nossos erros; é saber que também necessitamos da desculpa alheia; e que devemos nos acertar com aqueles que julgamos nossos adversários, sem demora, uma vez que os laços se estabelecem nos relacionamentos na Terra com vistas também a esses resgates. Se temos dívidas, é natural que as resgatemos, mas optando pelo exercício do amor através do perdão, não dos lábios, mas das atitudes e do esquecimento das faltas, dando a nós e a quem nos prejudicou ou que prejudicamos a possibilidade de estabelecer um novo caminho, de um futuro em que o mal não tenha a última palavra.
D. Isabel Salomão de Campos orienta que é necessário combater a tendência ao ressentimento e ao melindre pessoal. Estudando a Doutrina Espírita, o espírito imortal se esclarece para se renovar na vivência da mensagem do Cristo.
Assim também, Chico Xavier, em mensagem de Emmanuel, destaca a importância do perdão para nossa libertação, esclarecendo que nem sempre somos vítimas: “Desculpa sempre, reconhecendo que não prescindimos da paciência alheia. Nem sempre somos nós, a vítima real, de vez que, por atitudes imanifestas, induzimos o próximo a agir contra nós, convertendo-nos, ante os tribunais da Justiça Divina, em autores intelectuais dos delitos que passamos a lamentar indebitamente diante dos outros. (…) E, sabendo que encontraremos na estrada a projeção de nós mesmos, conservemos o perdão por defensor de nossa liberdade, ajudando agora para que não sejamos desajudados depois”.
Renovemo-nos nos ensinamentos de Jesus, buscando no exercício do perdão a vivência de sua orientação: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”.
Por Denise Pereira Rebello, Comunidade Espírita “A Casa do Caminho” – ‘Tribuna Livre’ Publicado no espaço quinzenal cedido pelo Jornal Tribuna de Minas, 27 de outubro de 2018, Juiz de Fora, MG.
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