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O mundo de todos nós

Poucos anos se passaram do momento em que a população gritava vivas à derrota de Sadan, seu rosto estampado na deprimente foto expunha a maldade e o poder frugal. O todo-poderoso era agora a face estrangulada. Exemplo vivo da derrocada humana. Agora se vibra com a morte de Bin Laden, exigem alguns que se estampe novamente a cara da morte para o deleite ideológico. Rei morto, rei posto. Em futuro breve mais um será o novo troféu da paz.

O macro mundo político atinge certeiro nosso ser íntimo. Nossas intimidades mais secretas são assanhadas por notícias periféricas, nos dão a impressão de podermos agir iguais aqueles aos quais desaprovávamos.

Alteram-se as siglas partidárias; evocando democracia, substitui-se o governante fardado, sobe o de turbante, macacão ou saia. Rei morto, rei posto. Sai aquela religião, entra esta. O meu deus é mais verdadeiro que o seu. Deflagra-se outra dita guerra santa e novo genocídio e todas as lideranças do micro ao macro cosmos atuantes, forças motrizes da humanidade, imersas nesta energia maligna, contaminando igualmente suas ações.

Kardec esclarece: Esses povos são impulsionados pelos maus espíritos. Fazendo a guerra contra os seus semelhantes, vão contra Deus, que manda o homem amar ao próximo como a si mesmo. Todas as religiões, ou antes, todos os povos adoram um mesmo Deus, quer sob este ou aquele nome. Como promover uma guerra de exterminação, porque a religião de outro é diferente ou não atingiu ainda o progresso religioso dos povos esclarecidos? Os povos são escusáveis por não crerem na palavra daquele que estava animado pelo Espírito de Deus e fora enviado por Ele, sobretudo quando não o viram e não testemunharam os seus atos; e como querei que eles creiam nessas palavras de paz quando os procurais de espada em punho?

Nem toda a cultura é suficiente para nos dar o caminho do bem. Só os ensinos de Jesus em sua vivência cotidiana salvará a humanidade de tantos sofrimentos. Não por milagre, como dizem alguns falsos profetas, e sim pelo aperfeiçoamento pessoal. Nossos erros serão cobrados, sem dúvida. Não exatamente pela dor. As leis de Deus são de amor. Veja o exemplo e as palavras do mestre de Nazaré. E o acerto vem em primeira chance pela via da caridade. A dor é filha da teimosia, é a opção final. Se não aprendemos pelo amor, caridade e perdão, só nos restará a dor, como punção vazando a armadura de egoísmo, chamando a nossa atenção em auxílio do próximo. Todo acerto exige esforço e não raro dói. Por essa razão Jesus nos ensina a responsabilidade com o Bem, que, em momentos extremos como o atual, devemos entender por cautela.

Evitemos ao máximo desafiar a vida, a exposição exagerada pode atrair os inimigos da paz, afinal, como não vemos o lado oposto da curva, também não sabemos aquilo que vai no coração alheio. E, por conhecer tão bem seus irmãos muito mais novos e indisciplinados, determina Jesus: Faça aos outros aquilo que gostaria que os outros lhe fizessem.

Por Iriê Salomão de Campos, Comunidade Espírita “A Casa do Caminho” – ‘Artigo do Dia’ Publicado no espaço quinzenal cedido pelo Jornal Tribuna de Minas – 07 de maio de 2011 – Juiz de Fora – MG.

6 de abril de 2019 por: A Casa do Caminho