Jesus, respondendo ao doutor da lei a seu tempo, conta-lhe a parábola do bom samaritano. Aquele que socorreu o caído do caminho, assaltado na estrada de Jerusalém a Jericó. Jesus, ensinando, comenta que os dois primeiros que passaram e viram o homem ferido, à beira da estrada, nada fizeram. Eram um sacerdote e um levita. O terceiro, porém, um samaritano, de condição inferior perante os judeus, é enaltecido como o benfeitor. Exemplifica, assim, Jesus, a importância do socorro àquele necessitado que tiver mais próximo de nós.
Conhecedores, em geral, dessa parábola, imaginamos sempre a importância do socorro àquele desconhecido com que, por ventura, nos defrontarmos. Importante atentarmos para outro aspecto, o socorro àquele mais próximo de nós, àquele que convive conosco sob o mesmo teto: nossa mãe, nosso irmão, nosso filho, nosso marido, nossa esposa…
É bom não nos esquecermos que a caridade se exerce, primeiro, com aqueles com quem dividimos nossa moradia, com aqueles que formam o nosso lar. Muitas vezes, malbaratamos essa premissa, sendo rudes, grosseiros, intransigentes no círculo estreito de nossa família. Na verdade, justamente no lar, nossa primeira escola, é que devemos exercitar a caridade.
A caridade de distribuir o que nos sobra é fácil. Em casa, no entanto, temos a grande chance do progresso íntimo, no exercício cotidiano da renúncia, do perdão, da resignação, da abnegação, da tolerância, do amor, enfim.
Não deveríamos nos esquecer de sermos pacientes com o filho que nos exige maior dedicação. De sermos tolerantes com aqueles que nos desafiam diuturnamente com o seu mau humor. De esquecermos as ofensas daqueles que nos machucaram tanto a alma. De silenciarmos nossa palavra diante do revide. De cuidarmos para aquilo que venha a sair de nós apenas erga, construa, eleve, ampare, socorra, proteja. De combatermos sistematicamente nossa cólera.
Que mal horrendo a cólera! Que poder destruidor! Qual um raio mortífero na senda doméstica. Deixa ali por horas, por dias e até meses seu rastro de destruição. Segundo Emmanuel, a cólera é como uma martelada na máquina física. Em torno, também deixa suas marcas, desequilibrando, ferindo, abatendo.
Importante que exerçamos o vigiai e orai de Jesus. Em casa, enquanto vigilantes, nos imunizamos de vibrações inferiores, conservando paz. A oração nos liga ao mais alto, de onde haurimos forças para as refregas do dia a dia.
O caminho de ascensão espiritual é exercido através da caridade. Lembremo-nos de exercê-la em nosso núcleo doméstico. Amando, perdoando e servindo àqueles que dividem conosco esse cadinho redentor chamado lar.
Por Denise Drumond, Comunidade Espírita “A Casa do Caminho” – ‘Tribuna Livre’ Publicado no espaço quinzenal cedido pelo Jornal Tribuna de Minas, 06 de dezembro de 2019, Juiz de Fora, MG.
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