Em sua obra “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec convida o leitor a um grande desafio, exclamando: “Espíritas!, amai-vos, eis o primeiro ensinamento. Instruí-vos, eis o segundo”. Essa afirmação não é nenhuma novidade, pois foi o próprio Jesus Cristo que primeiro nos convidou ao amor infinito ao afirmar amai-vos uns aos outros como vos amei. Em seu evangelho, João escreveu sobre a importância do amor: ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos. “Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já não vos chamo de servos, porque o servo não sabe o que faz o senhor. Eu vos chamo de amigos, porque vos dei a conhecer tudo que ouvi de meu Pai”.
O amor semeado por Jesus, enaltecido em Paulo de Tarso, salientado por Santo Agostinho e revivido por Allan Kardec, possui o mesmo objetivo que é retirar o ser humano do obscurantismo materialista, acender a luz do conhecimento sobre a névoa das ideologias mundanas e aplacar a fúria do materialismo.
Para aprender e entender o amor espargido pelo Divino Mestre, é necessária a instrução, não é o mergulho na intelectualidade vaidosa, e sim a instrução que conduz às fontes da pureza dos sentimentos mais nobres que, em geral, esquecemos ou cobrimos com o pesado manto da ambição. Relembremos as palavras do apóstolo dedicadas aos seus amigos em Corinto, quando escreveu Paulo: “Ainda que fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou o prato que retine…”.
Esse é o amor do Cristo. Amor que não maltrata, que combate a impiedosa chaga do egoísmo, ao propagar a justiça e a alegria da Verdade divina, Verdade essa absoluta e eterna, que só é encontrada nos ensinos do Mestre Jesus, guiando-nos para frente e para o alto, sem as infantilidades ou utopias momentâneas.
Assim, queiramos ou não, gostemos ou não, concordemos ou não, se houver um leve resquício, a mínima vontade, um sopro de desejo em melhorar-se, crescer moralmente ou simplesmente deixar de sofrer tanto, há que se cultivar o amor.
O amor ensinado e vivenciado por Jesus e perpetuado nessa carta de Paulo é: “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará.
Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos; quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá. Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino…”.
Por isso, a convocação Kardecista é tão verdadeira e tão necessária, pois sem ela não nos será possível entender e seguir o nosso Mestre Jesus Cristo que nos pede para amar ao próximo como a si mesmo.
Por Iriê Salomão de Campos, Comunidade Espírita “A Casa do Caminho” – ‘Tribuna Livre’ Publicado no espaço quinzenal cedido pelo Jornal Tribuna de Minas, 09 de novembro de 2019, Juiz de Fora, MG.
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