Os Evangelhos são compêndios da mais profunda e eterna sabedoria. Os tempos passarão, e nenhum conhecimento humano será grandioso o bastante para uma tímida aproximação aos ensinos contidos naquelas páginas apontadas pelos Apóstolos do Mestre Jesus. Lições que se distanciam em muito de simples narrativa dos feitos evidentes chamados milagres. Há de se observar que a cada realização considerada espantosa, Jesus deixa um ensinamento imensamente profundo e uma lição cabível em todos os momentos de nossas vidas; uma orientação íntima e individual de conduta e resgate das emoções equilibradas.
João, em seu Evangelho (11), relata: “… Jesus, outra vez profundamente comovido, foi até o sepulcro. Era uma gruta com uma pedra colocada à entrada. ‘Tirem a pedra’, disse ele. Disse Marta, irmã do morto: ‘Senhor, ele já cheira mal, pois já faz quatro dias’. Disse-lhe Jesus: ‘Não falei que, se você cresse, veria a glória de Deus?’ Então tiraram a pedra. Jesus olhou para cima e disse: ‘Pai, eu te agradeço porque me ouviste. Eu sei que sempre me ouves, mas disse isso por causa do povo que está aqui, para que creia que tu me enviaste’. Depois de dizer isso, Jesus bradou em alta voz: ‘Lázaro, venha para fora!’ O morto saiu, com as mãos e os pés envolvidos em faixas de linho e o rosto envolto num pano. Disse-lhes Jesus: ‘Tirem as faixas dele e deixem-no ir’.”
É muito comum ouvir das bocas incrédulas que tudo não passa de uma narrativa fictícia ou que Lázaro teria sofrido um ataque de catalepsia. Não importam os incrédulos, estes sempre existirão e da sua incredulidade surgirão íntimas necessidades que um dia os conduzirão às verdades evangélicas. Voltando a Lázaro, o ressuscitado conduziu por tempos sua vida e um dia retornou ao Pai, como nós todos o faremos.
Sem dúvida, a lição ministrada por Cristo nos leva ao personagem secundário da narrativa, mas nem por isso menos importante, a pedra. ‘Tirem a pedra’, disse Ele (João 11). Sendo o Cristo capaz de ressuscitar uma vida, não seria também capaz de remover a pedra?
Jesus, o Mestre supremo, nos instiga a remover as pedras interiores. Pedras dos nossos medos, das aflições, das vaidades aterradoras, dos orgulhos ofuscantes, dos talentos exacerbados. Pedras que ofuscam nossa filiação divina e a própria capacidade de superação, na justa medida que ao crermos nas forças espargidas pelo Divino Mestre, ascendemos na trajetória da fé, limpado a casa íntima e propiciando ambiente para que o Cristo de Deus venha em nosso favor.
‘Retira a pedra’, disse Jesus. Obedientes, ouvimos, desobstruindo a passagem, ressurgindo da gruta mortuária. Envoltos nas ataduras fétidas, renascemos a cada dia, banhados pela alegria e luz ensinadas pelo Jovem Carpinteiro.
Por Iriê Salomão de Campos, Comunidade Espírita “A Casa do Caminho” – ‘Tribuna Livre’ Publicado no espaço quinzenal cedido pelo Jornal Tribuna de Minas, 07 de janeiro de 2017, Juiz de Fora, MG.
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