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Bem-aventurados

“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. Bem-aventurados os que padecem perseguição, por amor da justiça, porque deles é o reino dos Céus” (Mateus, 5:5, 6 e 10).

As bem-aventuranças são declarações de bênçãos proferidas por Jesus no Sermão da Montanha, e bem-aventurados são os felizes e prósperos sob o aspecto espiritual. Cada bem-aventurança apresenta ensinamento com uma condição seguida de um resultado.

Considerando as reencarnações, que traduzem o amor e a justiça divinas, as tribulações pelas quais passam o homem na Terra são vistas como expiações de um passado e provas para o futuro, concedidas como oportunidade de reparação. A doutrina espírita esclarece que o espírito renasce, com frequência, no meio em que viveu, e se coloca em relação com outras pessoas, a fim de reparar algum mal que lhes tenha feito. É assim que, pouco a pouco, o espírito se depura e progride, vencendo o homem velho, cheio de imperfeições, e cultivando novas qualidades em consonância com o amor de Deus, ensinado e vivido por Jesus.

O homem traz consigo, ao nascer, o que adquiriu: “Cada existência é para ele um novo ponto de partida. Pouco lhe importa saber o que foi (…) e suas tendências atuais indicam o que lhe resta corrigir em si mesmo”. As dificuldades são lições de vida, e é sobre essas correções que o homem precisa concentrar seus cuidados, cabendo a cada um abrandar ou aumentar suas provas, pela forma de encarar a vida terrena.

Assim compreendendo a pluralidade das existências como chances de recomeço e oportunidade de um futuro mais feliz, as provas e os sofrimentos se revelam ao homem como chances de aprendizado e burilamento, levando-o a avançar. Dessa forma, o desespero cede lugar à serenidade, a desesperança cede à esperança, e a aflição, à resignação, compreendendo que os sofrimentos atuais têm causas anteriores e que, através do livre-arbítrio, individual e intransferível, cabe a cada um a construção de um futuro feliz e harmonioso.

Ao se referir aos que choram, Jesus fala a cada coração que, diante das vicissitudes do mundo e de seus próprios erros, que todos temos, sofre. O Mestre afirma que não lhes faltará consolo. E a vinda de Jesus junto à humanidade se revela como perene consolo, ensinando e vivenciando o amor pelo qual fomos criados e destacando a senha segura da felicidade: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.

Diante dos testemunhos, cada alma tem a sua hora de aproveitamento individual; assim como na escola, à frente do professor, o aprendiz mostrará os recursos aprendidos. O Pai permite as oportunidades de aprender; e vem aquela hora em que cada um toma das suas realizações individuais junto às provas edificantes, quando é preciso subtrair a luz das trevas, somar o amor, equacionar o perdão e escrever com letras de luz as tarefas abençoadas das atividades terrestres, tendo como modelo Jesus: “Conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará”.

Por Denise Pereira Rebello, Comunidade Espírita “A Casa do Caminho” – ‘Tribuna Livre’ Publicado no espaço quinzenal cedido pelo Jornal Tribuna de Minas, 28 de setembro de 2019, Juiz de Fora, MG.

7 de novembro de 2019 por: A Casa do Caminho